O presidente moçambicano promete lutar contra todos os actos que ameaçam a ordem e a segurança públicas no país. Daniel Chapo falava na cidade de Pemba, em Cabo Delgado, onde efectua uma visita de trabalho até 26 de Fevereiro, onde fez referência sobre o combate contra as manifestações que se seguiram à divulgação dos resultados das eleições gerais de 09 de Outubro.
"Tal
como estamos a combater o terrorismo e há jovens que estão a derramar o seu
sangue, para a integridade territorial de Moçambique, para a soberania de
Mocambique, para manter a nossa independência, aqui em Cabo Delgado mesmo se
for para jorrarmos sangue para defender essa pátria contra as manifestações,
vamos jorrar sangue”,
disse o Presidente.
Ainda na cidade de Pemba e com transmissão em directo pelos órgãos de comunicação públicos e privados, Daniel Chapo, fez saber o seguinte: “Vamos combater o terrorismo, vamos combater os Naparamas e vamos combater as manifestações".
Os naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, actuando em comunidade.
Em resposta, o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane criticou as declarações do Presidente moçambicano sobre a necessidade de “defender a pátria” contra as manifestações, classificando o discurso como inconstitucional.
“Em Moçambique não há pena de morte (…) A nossa Constituição diz que o direito à vida é um direito fundamental e é por isso que em Moçambique não há pena de morte. Não podemos, de forma alguma, independentemente da nossa posição, ir a público e dizer que, para preservar isto ou aquilo, vamos derramar sangue”, declarou Mondlane, durante cerimónias oficiais de celebração dos cinco anos desde a elevação de Vilankulo, na província de Inhambane, à categoria de município.
Por sua vez, hoje, Daniel Chapo veio a público dizer que o seu discurso de apelo à “defesa da pátria” contra manifestações foi “manipulado”.
“Nós estamos a apelar para que as pessoas parem de fazer manifestações violentas, ilegais e criminosas. São estas manifestações a que nos estamos a referir”, concluiu o líder moçambicano.
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