Um
novo ataque atribuído a grupos terroristas abalou a província de Cabo Delgado,
no norte de Moçambique, com a queima de pelo menos duas igrejas e 95 casas nas
comunidades de Nkole e Ngura, no distrito de Ancuabe. A informação foi
confirmada hoje, 16 de Abril, por fontes locais à Lusa.
A
investida, que ocorreu à luz do dia entre domingo e segunda-feira, também
resultou no roubo de 15 motorizadas pertencentes aos moradores das duas
aldeias. "O problema é grave. Os terroristas queimaram 95 casas, duas
igrejas e roubaram 15 motorizadas, à luz do dia", lamentou uma fonte
residente em Ancuabe.
Apesar
da violência do ataque, não há relatos de vítimas mortais entre os civis.
Contudo, a destruição causada pelos insurgentes forçou o abandono em massa das
comunidades de Nkole e Ngura. "Ainda não sei se morreu alguém ou não, mas
todos nós fugimos de lá", relatou uma vítima, agora deslocada em Ancuabe,
que viu sua casa ser consumida pelas chamas.
Ainda
no distrito de Ancuabe, nos mesmos dias, os supostos terroristas incendiaram
dois camiões que circulavam na Estrada Nacional 14, na aldeia de Nsanja,
elevando a tensão e o clima de insegurança na região.
Cabo
Delgado, uma província rica em gás natural, enfrenta desde outubro de 2017 uma
violenta insurgência armada, com ataques frequentemente reivindicados por
grupos ligados ao Estado Islâmico. O último grande ataque ocorreu em maio de
2024, quando a sede distrital de Macomia foi alvo de cerca de uma centena de
insurgentes, resultando em saques, mortes e intensos confrontos com as Forças
de Defesa e Segurança de Moçambique e militares de Ruanda, que prestam apoio no
combate aos rebeldes.
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